Investimento paga um retorno elevado com baixo risco de crédito, mas é preciso entender os riscos de cada título
Poucas aplicações financeiras conseguem mesclar uma rentabilidade interessante, com baixo risco de crédito e alta liquidez. Com a taxa de juros em 13,75% ao ano e muitas incertezas na economia, o Tesouro Direto vem atraindo cada vez mais pessoas justamente por entregar esse combo para os investidores.
O Tesouro Direto é um programa de títulos públicos do governo federal. Na prática, quem investe nesses papéis está emprestando seu dinheiro para o governo, em troca de uma remuneração em juros. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o número de investidores ativos chegou a 2,09 milhões em janeiro deste ano, um aumento de 14,7% nos últimos 12 meses.
Antes de investir, porém, é preciso entender cada papel e suas características para evitar surpresas no meio do caminho.
“A escolha de qualquer tipo de investimento, inclusive em títulos do governo, deve sempre estar associada a objetivos bem definidos. Não existe um ‘melhor título’, mas sim aquele que atende seus objetivos”, afirma Rafael Schincariol, head comercial da Fiduc.
Para aqueles investidores que querem montar a reserva de emergência, uma das opções mais interessantes do mercado está no Tesouro Selic. Isso porque esse papel permite resgates do dinheiro diariamente, com baixíssimo risco de prejuízo.
Além desse colchão de liquidez, o Tesouro Selic também pode compor a carteira de longo prazo neste cenário de juros elevados, segundo João Ferreira, assessor da One Investimentos. “É a alocação que faz mais sentido para preservar o portfólio da volatilidade acentuada do mercado”, diz.
Já o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Prefixado também podem ser boas escolhas, mas esses papéis possuem volatilidade. Isso quer dizer que o seu preço varia durante o período de vigência do título e o investidor pode ter prejuízo ou lucro acima do esperado. “Apesar de terem liquidez, a garantia do retorno ocorre somente em seu vencimento”, destaca Schincariol.