Conteúdo por: InvestNews
Pergunta de Tanny Baldez: Após o vencimento, posso deixar o dinheiro dos títulos públicos lá no Tesouro Direto? Ou posso reinvestir em outro papel?
Resposta de Guilherme Baia*:
Os títulos do Tesouro Direto (TD), assim como os produtos de renda fixa possuem data de vencimento. Após o vencimento, o produto é resgatado e há a incidência de tributação. Neste momento a aplicação poderá ser feita em outro título (embora de mesmo nome a depender do caso), mas certamente com outra data de vencimento.
Entretanto, diversos produtos permitem resgate antecipado que podem receber a reaplicação no mesmo título ainda antes de sua data de vencimento, que é o caso da enorme maioria dos títulos do Tesouro Direto. O cuidado que se deve ter é que cada título possui um perfil de negociação e poderá estar sujeito a taxas de desconto (pré-fixados) ou de remuneração (pós-fixados) diferentes da esperada.
Mesmo a aplicação de novos recursos está sujeita a diferenças nessas taxas. Na prática você fica com fatias do título com remunerações diferentes, no que, tecnicamente, chamamos de risco de reinvestimento. Esse risco (como medida de incerteza e não necessariamente de problemas) pode tanto promover uma remuneração melhor quanto pior para o título em questão.
Já sobre manter os recursos no título ou não deve ser sempre ponderada com as seguintes questões: como estão as minhas finanças, quais são meus objetivos, como lido com as oscilações do mercado, que mudanças estão previstas no mercado e como elas afetam a minha carteira para só então decidir a melhor alocação. Tecnicamente, chamamos isso de adequabilidade e alocação de ativos (suitability e asset allocation).
Mas, como cada um desses fatores citados acima mudam conforme o tempo, essa decisão deve ser tomada em seu contexto, sem que uma regra possa ser definida sobre o que é melhor ou não.
Para melhor exemplo, imagina que entre a primeira aplicação e a segunda, você ganhe na Mega-Sena ou perca seu emprego. Sua percepção sobre o risco se alterará profundamente, fazendo com que a sua decisão mude. Em finanças pessoais as regras não são absolutas e devem ser respeitadas além das características individuais, o contexto do cliente.
*Planejador da Fiduc