Pergunta do leitor: Meu perfil de investidor é conservador, pois ainda não tenho coragem de investir em renda variável. Mas como obter retornos satisfatórios e ganhar da inflação na renda fixa se a taxa Selic está tão baixa?
Resposta de Tiago Almeida:
Num cenário econômico de taxa básica de juros (Selic) de 2% ao ano e inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acima de 3,5% ao ano, está muito mais difícil de ganhar essa briga escolhendo um único tipo de investimento em renda fixa. Isso não significa que ela perdeu sua função, mas que apenas que se ajustou à nova realidade que já era tendência há algum tempo.
Respondendo de forma direta, existem títulos que pagam uma determinada taxa de juros mais a variação da inflação, como por exemplo o Tesouro IPCA+. No entanto, essa rentabilidade só é garantida se você ficar com o título até a data de vencimento. Em qualquer momento antes disso, a rentabilidade irá variar, para cima ou para baixo – às vezes até com rentabilidades negativas!
Seguindo a regra de ouro do bom investidor, qualquer investimento deveria ter diversificação e com a renda fixa não é diferente. No entanto, fazer as melhores escolhas para montar uma carteira, decidir o peso e a importância de cada estratégia e de cada ativo e aproveitar as tendências a seu favor é tarefa para uma equipe de gestão profissional. Fundos de investimento podem ser uma boa opção, a depender da estratégia apresentada.
Também é importante entender qual a função da renda fixa na carteira de investimentos. Em geral, ela deve primeiramente servir como reserva de emergência, ou seja, deverá gerar liquidez aos recursos para uma situação inesperada. Outra função importante da renda fixa é reduzir a volatilidade da carteira como um todo e, dessa forma, evitar grandes quedas em momentos de estresse.