Para quem tem dinheiro aplicado na previdência privada, a rigor, nada muda. As regras de rendimento, aplicação e resgate continuam as mesmas.
“O mercado tem evoluído e a gente vem tentando acompanhar essa evolução”, disse o gerente de representação institucional da Anbima, Luiz Henrique Carvalho. Segundo ele, a procura dos brasileiros pela previdência privada cresceu e isso levou à criação de novos produtos e a chegada de novos administradores de recursos.
Com juros cada vez mais baixos, o tradicional porto seguro da renda fixa, com as aplicações em títulos do governo, por exemplo, está rendendo menos. Por isso, cresce o interesse dos investidores em alternativas como as ações e títulos de crédito privado, como debêntures de companhia.
Veja o desempenho dos fundos
A empresa de informações financeiras Economatica preparou uma tabela com a lista dos fundos com a nova classificação e o rendimento desses fundos. A tabela tem 21 fundos, e não 23, porque dois deles não tiveram dados suficientes para comparação. Veja abaixo.
Fundos de Previdência
A categoria Previdência Multimercado Livre, com 929 fundos, é a mais significativa em quantidade de fundos do setor.
O tipo Previdência RF Duração Livre Grau de Investimento, com 212 fundos, é o que concentra o maior patrimônio, com R$ 204,9 bilhões, seguido pela categoria Previdência RF Duração Média Grau de Investimento, com 115 fundos e R$ 181,2 bilhões de patrimônio.
Segundo o levantamento da Economatica, em termos de rentabilidade, o tipo Previdência RF Duração Alta Soberano tem o melhor desempenho do setor no prazo dos últimos cinco anos, com mediana da rentabilidade nominal de 115,69%. O pior desempenho foi o da categoria Previdência RF Duração Baixo Crédito Livre, com ganho de 49,94%.
No mesmo período de comparação, de cinco anos, o CDI rentabilizou 61,68%, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa, acumulou 96,27%.
Quase R$ 1 trilhão em 132 fundos
Segundo a Economatica, o patrimônio aplicado nos fundos de previdência cresceu de R$ 612 bilhões, em 2016, para R$ 917 bilhões em outubro deste ano. No mesmo período de comparação, a quantidade de fundos subiu de 91 para 132 carteiras.
Com a classificação anterior mais restrita, muitos desses fundos de previdência de renda fixa, por exemplo, com diferentes perfis de investimento, estavam todos em uma mesma modalidade. E isso dificultava a comparação entre as carteiras. O aplicador olhava a tabela e via uma carteira de renda fixa dando ganho de mais de 10% e outra perdendo dinheiro. Isso era estranho.
Comparação mais fácil
“O fato de haver uma classificação ampla e mais detalhada fornece, a princípio, mais clareza para as escolhas dos investidores”, afirmou o diretor de planejamento financeiro da Fiduc, Valter Police. Segundo ele, agora, a Anbima colocou as principais classes de ativo como um primeiro nível, separando em Renda Fixa, Ações e Balanceados ou multimercados.
Depois, em um segundo nível, detalha características importantes dos produtos, como a duração da aplicação e os riscos na renda fixa, além do percentual que aquele fundo pode aplicar em renda variável ou se é indexado ou não.
“A classificação é positiva, mas é fundamental o investidor contar com um profissional que possa traduzir esses temas e checar qual carteira se adequa mais ao perfil dele”, disse Police, da Fiduc.
“A nova classificação deixa mais claro o que cada gestor pode fazer, quais os tipos de ativos que ele pode investir e os mercados que ele opera”, disse o planejador financeiro da Par Mais, Alexandre Amorim. Segundo ele, ficou mais claro o que há em cada carteira, e o investidor terá mais informações para escolher os fundos.
João José Oliveira do UOL, em São Paulo
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