Se a inflação subir demais, devo tirar dinheiro da renda fixa?

12 de maio de 2021 | Imprensa

Imagem - Fiduc

É importante acompanhar a evolução da inflação, assim como os demais indicadores do mercado financeiro, para tomar decisões sobre os investimentos. Mas não é só para isso que se deve olhar para fazer escolhas. É preciso pensar nos objetivos e na capacidade que tem de tolerar riscos.

É necessário que os investimentos estejam alinhados ao perfil de risco do investidor, que mostra o quanto a pessoa é capaz de observar as altas e quedas no saldo das aplicações sem correr o risco de resgatar com prejuízo.

Para saber o perfil de risco, é necessário preencher o questionário na instituição financeira em que faz os investimentos. O resultado mostrará quanto será preciso ter em renda fixa, que é uma classe de ativo que pode oscilar menos, mas que em geral permite o resgate em pouco tempo, a partir de um dia útil, a depender da aplicação.

Assim, independentemente do índice de inflação no momento, é importante que a renda fixa faça parte da estratégia de investimento, não só para diminuir a oscilação total da carteira, mas também para compor a reserva de emergência – que é o valor equivalente a, em média, seis meses de despesas.

É uma parte da carteira que rende menos, mas que está disponível para cobrir qualquer imprevisto, desde uma redução de salário a outros eventos que podem acontecer de forma inesperada e exigem acesso rápido ao dinheiro.

No último ano, o cenário para a renda fixa tem sido difícil, já que a própria taxa de juros real, que é aquela na qual subtraímos a inflação, está negativa. Encerramos 2020 com a taxa de juros básica do país, a Selic, em 2% e uma inflação de 4,52%. Dessa forma, a taxa de juros real estava negativa em aproximadamente 2,5% e, mesmo com a nova alta da taxa Selic para 3,50%, ela permanece negativa.

Para que os investimentos em renda fixa não percam da inflação, é necessário ter uma carteira diversificada e com risco de acordo com o perfil, já que há muitas opções em títulos públicos e privados.

Além disso, há como escolher entre títulos pós-fixados, que pagam um percentual do que for a referência de mercado (CDI), os prefixados, que pagam uma taxa determinada ao ano no final do período combinado.

Ou mesmo os atrelados à inflação, que pagam um rendimento acima do IPCA. Importante saber que esses dois últimos tipos de investimentos (prefixado e atrelados à inflação) variam ao longo do tempo e só apresentam a rentabilidade combinada se forem mantidos até o vencimento.

Os que pagam as maiores taxas proporcionam mais riscos, mas o ponto é ter cuidado com os prazos necessários para ter maior retorno. Se a parte em renda fixa que está na carteira é para a reserva de emergência, ela não deve estar em uma aplicação que tem vencimento para daqui a seis meses ou mais de um ano. Será preciso escolher uma alternativa que permita o resgate rapidamente, sem prejuízo do valor investido, caso o imprevisto aconteça.

Hoje há fundos de investimentos que permitem resgate rápido e, com gestão profissional, diversificam a carteira fazendo melhores escolhas de títulos públicos e privados, nas diferentes modalidades prefixado, atrelado à inflação e pós-fixado. A diversificação, considerando o prazo de resgate e o perfil de risco, permite a chance de obter um retorno acima da inflação, sem deixar de investir na renda fixa, que tem um leque de boas opções.

Assim, é maior a chance de obter um desempenho melhor no longo prazo e de proteger o dinheiro da inflação. Com gestão profissional e planejamento fiduciário, é possível atingir os objetivos sem correr riscos elevados.

Conteúdo por: InvestNews