Qual a forma mais barata de investir em Facebook, Google e Apple?

29 de janeiro de 2022

Imagem - Fiduc

Com o sobe e desce do Ibovespa durante a pandemia, a procura por alternativas em investimentos fora do Brasil tem aumentado —como a compra de ações de grandes empresas dos EUA em corretoras ou bancos brasileiros.

O investidor pode, por exemplo, investir em BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de companhias de tecnologia que figuram na Nasdaq, a Bolsa de tecnologia dos EUA, onde estão Meta (dona do Facebook), Amazon, Apple, Netflix e Google.

Em entrevista ao UOL, especialistas indicam as opções que menos pesam no bolso na hora de aplicar nessas empresas, conhecidas como “gigantes de tecnologia” (Big Techs). Confira logo abaixo.

BDRs: recibos de ações no exterior
O CEO da Axia Investing, Antonio Marcos Samad Júnior, diz que a compra de BDRs é a maneira mais fácil de ter acesso a empresas estrangeiras.

Sem a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e do “spread cambial” (a diferença entre o valor de compra e da venda por uma instituição), esse tipo de investimento pode ser uma opção mais barata e viável.

De forma simples, os BDRs são títulos emitidos por instituições financeiras locais que representam determinado papel no exterior. Ou seja, funcionam como recibos de ações.

Dessa forma, investidores brasileiros podem adquirir ações de companhias americanas sem a necessidade de abrir uma conta em uma corretora nos EUA. Isso significa que os BDRs podem ser negociados por meio de uma corretora local apenas com a inserção do código no home broker (sistema de negociação de ações pela internet).

Além disso, o investidor não precisa arcar com a taxa de remessa. Tal custo que foi reduzido nos últimos anos, mas que gira entre 1% a 1,5% da operação, segundo Cesar Crivelli, sócio da casa de análises Nord Research.

Outra vantagem de apostar em BDRs é a diversificação, algo sempre recomendado por analistas. Com este produto, o investidor mantém uma opção além de onde mantém a maior parte de seus ativos, como a Bolsa de Valores brasileira.

E se no passado adquirir papéis de empresas estrangeiras era algo mais complexo, hoje o processo é mais simples e ágil.

Com a tecnologia, isso [investir em empresas no exterior] acaba se tornando bastante prático. O investidor coloca o dinheiro na sua conta no Brasil, faz a conversão do câmbio e opera como se estivesse em outro país.
Valter Police, analista de investimentos da Fiduc

Fundos que reúnem as gigantes de tecnologia
O investidor pode, ainda, adquirir BDRs de ETFs (ou Exchange Traded Fund) estrangeiros. Os ETFs são fundos que seguem determinado índice do mercado de ações, como o Ibovespa, a Bolsa de Nova York (Nyse) ou a Nasdaq.

Um dos ETFs estrangeiros que pode ser adquirido no Ibovespa é o TECK11, fundo que reúne dez empresas de tecnologia. Entre elas estão Meta (Facebook), Apple, Amazon, Google e Netflix.

Outro é o IVVB11, que replica a performance do S&P500 —indicador que reúne as 500 maiores companhias dos EUA, como Microsoft, Alphabet (holding do Google), Tesla e Apple.

Uma terceira opção é o Investo ETF MSCI US Technology Fundo de Investimento (USTK11). Este fundo replica o MSCI US (Investable Market Information Technology 25/50 Index), que por sua vez agrega desde pequenas a grandes empresas americanas de tecnologia.

Segundo Police, uma vantagem dos ETFs é ter um gestor profissional para selecionar as melhores ações para a carteira —o que pode ser complicado para um iniciante fazer por si só.

Se o investidor faz isso [investir em empresas de tecnologia] por meio de fundos [ETFs], ele tem o custo da gestão, mas conta com uma equipe trabalhando a seu favor. O gestor vai gerir essa carteira –o que tende, ao longo do tempo, a dar um retorno maior.
Valter Police, analista de investimentos da Fiduc

De olho no dólar
No entanto, o CEO da Axia Investing lembra que os investidores devem considerar o preço do dólar antes de investir. “Com o dólar na casa dos R$ 5,50 [agora por volta de R$ 5,40] e o crescimento que essas gigantes de tecnologia tiveram nos últimos anos, prefiro aguardar uma boa correção desse mercado antes de me expor”, afirma Antonio Junior.

Para Cesar Crivelli, da Nord Research, vale investir fora do país independente do aspecto cambial, uma vez que com o movimento o investidor adota a estratégia de diversificação e se insere no mercado global.

Além disso, apesar de ser historicamente alto, o câmbio atual também é influenciado pelo período eleitoral, em outubro. “Na comparação com o dólar, o real sempre perde valor por conta dos problemas da economia do país”, diz Crivelli.